sábado, 29 de novembro de 2014

A MORTE DE JANE FOI O MEU FIM DO MUNDO

Deixe eu me apresentar, eu me chamo Miklos, um dia quando eu estava em casa, quando assisti um documentário no canal fechado sobre o fim do mundo, aquilo me intrigava muito, porque em meus longos anos de vida, já tinha ouvido falar em tantas histórias que o mundo iria se acabar, mas nada se concretizou, sempre aparecia Nostradamus como uma referência disso. Agora a polêmica é o calendário maia. Isso me faz recordar, que quase 13 anos atrás, mais precisamente na véspera de ano novo de 1999, em quando na ideia do Bug do Milênio, um provável curto circuito, que causaria uma pane mundial nos computadores do mundo durante a virada do ano, muita gente doida, maluca, viciada nessas ideias de teoria da conspiração dizia que o mundo iria acabar, e que não chegaríamos ao século 21, mas não houve nada disso, todo um alarde para nada. Enquanto ocorria todos aqueles alardes. Naquela momento da expectativa quanto a chegada do novo milênio, eu me lembro que eu estava em um motel acompanhado de minha namorada Jane, uma mulher muito bonita, tinha um apelo sensual que vou dizer uma coisa, ela era capaz de deixar até as estrelas da televisão feias. Tamanha era a sua beleza que tinha uma maneira única de ser, um olhar de tigresa siberiana, um rosto de heroína de HQ, um cabelo longo, liso, brilhoso, cuja tonalidade era de um escuro, que lembrava um céu estrelado, a tonalidade dos seus lembrava o brilho de uma esmeralda, o corpo bem desenhado dela era de fazer inveja a qualquer top model, ou modelo a qualquer mulher pública que tenha virado símbolo sexual, e estampado para uma capa de revista erótica, os seios eram rosadinho e bem volumosos naturalmente, um pernas bem torneadas, um quadril bem dilapidado, um umbigo liso, um par de unhas pintadas de preto, o que dava a ela uma atmosfera gótica, o que era característico dela, pois sempre gostava de se vestir de preto, e uma boca carnuda, utilizando um batom vermelho de uma tonalidade tão forte, que era difícil resistir em não beijar aqueles lábios. Pois é foi lá que eu passei aquele minha inesquecível e única noite de Revéllion, ao lado de Jane tomando um whisky dry martini, um vinho tinto, jantando um filé ao molho madeira, com um purê de batata, arroz refogado e umas batatinhas palhas. Antes de jantarmos na noite da virada fomos fazer amor ao som de uma música da qual eu tinha o maior favoritismo, era "Total Eclipse of The Heart", da Bonnie Tyler, na cama, completamente sem roupa, foram longas horas de muita caricias, de muitos beijos, de muito fogo, de muita penetração, e o suor, o gozo, os beijos e abraços, fazia a gente perder a noção do tempo. Foi então que quando começou a contagem regressiva, e deu meia noite, e começou a explosão dos fogos, eu e Jane estávamos tomando numa banheira espumante desejando Feliz Ano Novo, ou melhor dizendo, Feliz Chegada do Novo Milênio, onde brindamos com uma taça de Champagne legitimamente francês. Não esses de araques, que não são produzidos na região da Chamapagne na França. Enquanto os fogos explodiam, nos continuávamos fazendo nosso amor. E depois formos então jantar. Uma noite verdadeiramente inesquecível, eu sinto muitas saudades de Jane, me dá uma grande tristeza hoje lembrar dela, isso porque hoje em dia ela já não se encontra mais nesse plano, dois meses depois dessa noite noite inesquecível de ano novo, em Fevereiro de 2000, Jane morreu num acidente de carro, em plena quando voltava de uma excursão para o litoral com um grupo de amigas num ônibus, era uma madrugada chuvosa quando o ônibus onde ela e esse grupo de amigas estava foi atropelado por um caminhão desgovernado. Nem ela, nem muito menos as amigas, o motorista do ônibus e do caminhão sobreviveram. Nesse incidente foi descoberto na autopsia que o caminhão do ônibus desgovernado estava embriagado. Virou até manchete nas páginas dos jornais, e nos noticiários dos mais diferentes programas de televisão. Enquanto a opinião pública ficava chocada com aquilo, eu ficava chocado pela perda de Jane, a morte dela foi o fim do mundo para mim, eu perdi o chão naquele momento em que soube da noticia da morte dela, tínhamos planejado tudo, nosso casamento, nossa casa, a constituição de nossa família, entre outros planos. Eu nessa época já tinha um emprego estabilizado, trabalhava como executivo numa multinacional americana de seguros, e ela sonhavam em virar artista, tinha potencial para isso, e eu garanti a ela que iria apoiar sua carreira como desenhista, uma coisa do qual ela tinha muito talento, tinha traçado para desenhar principalmente paisagens, montanhas e também pessoas. Ele era sensacional, mas o incidente que tirou acabou com todos os sonhos que nós tínhamos pensado em construir juntos. Dias seguintes que passei foram de puro tormento para mim, depois que a vi sento enterrada, eu cai em um abismo profundo, precisei perdi licença de um mês do meu trabalho para poder tentar me recompor, chorava compulsivamente pela Jane, não conseguia para a cama de casa e não lembrar deu e Jane fazendo amor, não podia olhar para o chuveiro do nosso banheiro que logo lembrava deu tomando banho juntinhos, fazendo amor, não podia nada em minha casa que em tudo me lembrava ela, até mesmo olhar para os quadros me lembrava ela desenhando, o que era seu maior sonho. Eu cheguei ao ponto de me enlouquecer, cheguei ao cumulo de me entregar a bebida, passava dias, noites, semanas, sem ter contato com ninguém, sem fazer a menor do que se passava no mundo lá fora, estava desnutrido, porque que eu não conseguia comer direito, estava perdendo sobriedade, começando a ter alucinações com as imagens de Jane aparecendo por perto, sentindo a presença constante dela por perto. Estava me sentindo no fundo do poço quando de repente uma ligação mudaria de vez minha vida, era meu irmão Silvano, ligando para mim querendo como eu estava. Ele foi meu anjo da guarda para me tirar daquele momento, me levou para um centro espírita, onde lá participei de um grupo de apoio a pessoas que passaram por situações, foi numa das sessões que o irmão como é chamado o orador que recebe a entidade espiritual, o médium, me contou um dia que Jane estava em paz no plano espiritual e mandou por intermédio desse médium, que contasse que ela estava bem, e que eu seguisse a minha vida. E foi então o que aconteceu, aos poucos eu pude conseguir me reerguer depois, voltei ao meu trabalho, voltei a me alimentar direito, comecei a entrar numa academia, entrei em grupo de discussão na internet, escrevi um livro relatando essa minha dor que virou um best-sellers, e por fim finalmente encontrei um novo amor, Dara. Eu a conheci na academia de musculação numa troca de olhares era muito bonita, mas de uma beleza mais simplista, não do jeito como Jane tinha, que a tornava uma femme fatale, mas pelo menos era uma pessoa de bom coração, era inteligente, amável, dócil, de rosto de boneca, cabelos lisos e olhos de feiticeira. Dara trabalhava como psicóloga, e também me ajudou a superar a falta que Jane me fazia. Pouco tempo depois nos casamos em Abril de 2001, um ano depois da morte de Jane, e tivermos um filho Dino, que nasceu no ano seguinte, e três anos depois vinha um casal de gêmeos Apolo e Artemis, que nasceram em Setembro de 2005. Portanto, eu digo a vocês que o pior fim do mundo, não está no fato da Terra ser exterminada seja da maneira que for, causado pela intervenção do homem ou mesmo pela queda de um gigante meteoro, ou mesmo nessas discussões de supostas profecias de Nostradamus ou calendário maia, mas sim de nós mesmos, principalmente quando vivemos a perda de um ente querido nosso

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